English Site
back
5 / 06

#181 Hawking e Mlodinow: Coveiros Filosóficos

October 28, 2014
Q

Olá Dr. Craig

Você poderia dar sua resposta à seguinte ideia de Stephen Hawking, que é uma citação de seu novo livro, dizendo: "Porque existe uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar-se a si mesmo do nada. Criação espontânea é a razão pela qual existe algo em vez de nada, a razão porque o universo existe, a razão porque nós existimos", e "Não é necessário invocar Deus para acender o papel e iniciar o universo."

Se existe tal revolução na filosofia teísta, como argumentos para a origem do universo que você defende, como os físicos podem fazer estas declarações? Isso não mostra que os argumentos teístas não têm tanto peso com o paradigma atual na física?

Obrigado

Matthew

Australia

Dr. Craig responde


A

Sua pergunta é apenas uma das muitas perguntas que recebemos recentemente a respeito do novo livro de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow O Grande Projeto. Na Pergunta da Semana #180 eu abordei as implicações das teorias deles para o argumento cosmológico kalam e o argumento do ajuste fino a favor de um Criador e Projetista do universo. Aqui eu quero usar sua pergunta, Matthew: "Se existe tal revolução na filosofia teísta, como argumentos para a origem do universo que você defende, como os físicos podem fazer estas declarações?" como um trampolim para abordar um problema subjacente levantado no livro.

Hawking e Mlodinow começam O Grande Projeto com uma série de perguntas filosóficas profundas: Qual é a natureza da realidade? De onde veio tudo isso? O universo precisou de um criador? Então eles dizem o seguinte:

Tradicionalmente, essas são perguntas para a filosofia, mas a filosofia está morta. A filosofia não tem acompanhado a evolução moderna na ciência, especialmente na física. Os cientistas tornaram-se os portadores da tocha da descoberta em nossa busca de conhecimento (p. 5).

O filósofo profissional só pode revirar os olhos para a afronta e a condescendência de tal declaração. Dois cientistas que tem, ao que tudo indica, pouco conhecimento da filosofia, estão preparados para pronunciar toda uma disciplina morta e insultar os seus próprios professores colegas da faculdade de filosofia na Cal Tech e Universidade de Cambridge, muitos dos quais, como Michael Redhead e D. H. Mellor, são eminentes filósofos da ciência, por supostamente não manterem-se atualizados. Eu não poderia deixar de me perguntar que evidências os nossos intrépidos autores têm da academicismo retardatário do Sr. Redhead? Que trabalhos recentes na filosofia eles têm lido que formam a base para o seu veredito? Infelizmente, eles não dizem.

O filósofo profissional irá considerar o veredito deles não apenas como condescendente, mas também como absurdamente ingênuo. O homem que diz não ter necessidade da filosofia é o mais apto a ser enganado por ela. Pode-se, portanto, antecipar que a exposição subsequente de Mlodinow e Hawking de suas teorias favoritas será apoiada por uma série de pressuposições filosóficas não examinadas. Essa expectativa é, de fato, confirmada. Como suas afirmações sobre a origem do universo do "nada" ou sobre a Hipótese de Muitos Mundos para explicar o ajuste fino, as suas alegações sobre as leis da natureza, a possibilidade de milagres, o determinismo científico, e a ilusão do livre-arbítrio são afirmadas com apenas o mais fino das justificativas e pouca compreensão das questões filosóficas envolvidas.

Tomemos, por exemplo, as suas reflexões sobre as leis da natureza (pp. 27-34). Depois de admitir a dificuldade filosófica de definir exatamente o que é uma lei da natureza, eles passam a fazer três perguntas sobre as leis naturais: (i) Qual é a origem das leis? (ii) Existe alguma exceção às leis, isto é, milagres? (iii) Existe apenas um conjunto de leis possíveis?

Com relação a (i) eles observam que a resposta tradicional é que Deus estabeleceu as leis da natureza. Mas Hawking e Mlodinow reclamam de que a menos que se invista Deus com determinados atributos, esta resposta não atinge mais do que definir Deus como a encarnação das leis da natureza. Acho essa denúncia desconcertante. Uma vez que os teístas clássicos que eles têm em mente (incluindo Descartes, cujas opiniões eles deturpam) pensaram que as leis da natureza foram livremente da vontade de Deus, Deus não pode ser apenas a incorporação dessas leis, uma vez que Deus poderia ter estabelecido leis completamente diferentes. O que Mlodinow e Hawking estão descrevendo é a visão de Spinoza, um panteísta que considerava "Deus" e "natureza" como sinônimos. É claro, os teístas clássicos consideravam Deus como tendo certos atributos, que O distinguiam da natureza; isso é simplesmente implicado na resposta que Deus estabeleceu as leis.

Hawking e Mlodinow parecem dispostos a reconhecer a coerência desta resposta, mas eles acham que a "crise real" então vem com (ii): Existem milagres? Hawking e Mlodinow aparentemente pensam que responder (ii) negativamente lança dúvida sobre a resposta teísta a (i). Se assim for, esta afirmação é desconcertante. Suponha que alguém é um deísta que pensa que Deus, depois de ter estabelecido o universo mecânico, opta por não intervir nele? Nesse caso, não existe “crise" nenhuma em responder (i) por "Deus" e (ii) por "Não."

Em qualquer caso, por que responder (ii) negativamente? Incrivelmente, Hawking e Mlodinow pensam que a ciência requer isso:

O determinismo científico que Laplace formula é a resposta do cientista moderno para a pergunta dois. É, de fato, a base de toda a ciência moderna, e um princípio que é importante ao longo deste livro. A lei científica não é uma lei científica se mantém apenas quando algum ser sobrenatural decide não intervir (p. 30).

Este argumento é confuso de diversas formas. Em primeiro lugar, é falso que o determinismo Laplaceano é a base da ciência moderna. Não importa as hordas de cientistas teístas que afirmam a realidade dos milagres; há uma abundância de cientistas, incluindo Hawking e Mlodinow mesmo (p. 72), que consideram o indeterminismo característico da física quântica como ôntico, não meramente epistêmico. Se a própria natureza é indeterminista, então o determinismo de Laplace, Newtoniano, não se sustenta. Mesmo um conjunto completo de leis da natureza não vai determinar totalmente o futuro. É fácil imaginar todos os tipos de formas em que a indeterminação no nível quântico pode ser amplificado de modo a emitir alterações macroscópicas no mundo. (Lembro-me da ilustração divertida de um estudante de graduação que estava atrasado para sair do laboratório enquanto esperava o decaimento de um isótopo radioativo e que, como resultado, encontra uma garota no corredor por quem ele se apaixona e eventualmente casa!) É intrigante que Hawking e Mlodinow são ignorantes à contradição entre a sua afirmação tanto de determinismo Laplaceano e indeterminismo quântico.

Em segundo lugar, Hawking e Mlodinow confundem determinismo com naturalismo. Indeterminismo quântico é a prova positiva de que a ciência moderna não se baseia no determinismo. O argumento deles contra a intervenção de um ser sobrenatural é um argumento para o naturalismo, não determinismo. Indeterminismo quântico é aceitável porque é naturalista, enquanto milagres envolvem agência sobrenatural. Mas, então, a afirmação deles de que as leis científicas não seriam leis se elas existem apenas quando um ser sobrenatural decide não intervir é claramente falsa. As leis da natureza descrevem o comportamento de sistemas físicos na ausência de qualquer intervenção sobrenatural. Se um agente sobrenatural interviesse, as previsões baseadas nas leis não iriam acontecer precisamente porque fatores não-naturais, não imaginadas pelas leis, entraram em cena. As leis, portanto, têm condições ceteris paribus implícitas: elas descrevem o comportamento de sistemas físicos uma vez que nenhum agente sobrenatural intervenha. Se tal ser intervir, a lei natural não é anulada, uma vez que descreve o comportamento do sistema somente sob a suposição de que tal ser não intervém.

Talvez o que Hawking e Mlodinow realmente querem dizer é que a ciência deve pressupor o naturalismo a fim de ser uma realização viável. Mas, nesse caso, eles não conseguiram distinguir o naturalismo metodológico do naturalismo metafísico. Seu argumento no máximo mostraria que a ciência é metodologicamente comprometida com entreter apenas hipóteses postulando causas naturais; mas que não faria nada para justificar uma resposta negativa a (ii), que não há milagres. E mesmo a questão do compromisso da ciência com o naturalismo metodológico não é em si uma questão científica, mas uma questão filosófica sobre a natureza da ciência.

Hawking e Mlodinow mergulham em águas filosóficas ainda mais profundas quando eles passam a argumentar que, porque as pessoas vivem no universo e interagem com outros objetos nele "determinismo científico deve ser mantido pelas pessoas também" (p. 30). Portanto, "não somos mais do que máquinas biológicas e... O livre arbítrio é apenas uma ilusão" (p. 32). Isto é muito fraco. Eu não vejo nenhuma razão para pensar que uma criatura dotada de livre-arbítrio não poderia existir de forma espaço-temporal e agir sobre e ser influenciado por outros objetos; então qual é o argumento contra tal coisa? Hawking e Mlodinow perguntam: "Se nós temos livre arbítrio, onde na árvore evolutiva isso se desenvolveu?" Se isto é para ser um argumento, há pelo menos duas coisas erradas com ele. Em primeiro lugar, eu ter o livre arbítrio não depende de eu ser capaz de especificar onde no processo evolutivo os organismos primeiro o adquiriram. Em segundo lugar, o livre-arbítrio, presumivelmente, surgiu assim que o cérebro humano evoluiu complexidade suficiente para apoiar a reflexão auto-consciente e racional. Então qual é o problema?

Mlodinow e Hawking também argumentam que o livre arbítrio é uma ilusão porque neurocirurgiões podem estimular o cérebro de uma pessoa de tal forma a criar o desejo de mover seus membros ou lábios. A falácia aqui é pensar que porque se pode intervir para produzir um efeito de forma determinística, portanto o efeito ocorre de forma determinística na ausência de tal intervenção. Só porque um neurocirurgião pode estimular meu cérebro para me fazer querer mover meu braço, obviamente não significa que em outras ocasiões eu não movo ou não posso mover meu braço livremente.

Esses são os únicos argumentos para o determinismo que Mlodinow e Hawking apresentam, e eles não consideram qualquer um dos argumentos contra o determinismo. Pergunto-me, por exemplo, por que eles acham que qualquer coisa que eles já disseram em seu livro é verdadeira, uma vez que, na opinião deles, eles estavam determinados a escrevê-lo. Tudo o que eles dizem é o produto de causas físicas cegas, como água jorrando de um cano ou o crescimento de um galho na árvore. Que confiança se pode ter de que qualquer coisa que eles disseram é verdade, incluindo a sua afirmação de que o determinismo é verdadeiro?

Mlodinow e Hawking reservam a sua discussão da questão (iii) sobre a singularidade das leis da natureza até o seu tratamento do argumento do design com ajuste fino do universo para a vida inteligente. Já que eu comentei sobre a discussão de (iii) na semana passada, eu vou deixar de me repetir aqui. Mas espero que esteja claro que, como se poderia esperar, Mlodinow e Hawking estão além deslocados em questões filosóficas.

O que não se pode esperar é que, depois de pronunciar a morte de filosofia, Hawking e Mlodinow saltariam imediatamente para uma discussão filosófica do realismo científico versus anti-realismo! O primeiro terço do livro deles não é sobre teorias científicas atuais, mas é uma dissertação sobre a história e filosofia da ciência. Eu achei esta seção a mais interessante e incrível de todo o livro.

Deixe-me explicar. Depois de reservar uma tarde de segunda-feira para ler o livro de Hawking e Mlodinow, passei aquela manhã lendo um artigo acadêmico de Debates Contemporâneos em Metafísica de Blackwell em um ponto de vista filosófico conhecido como pluralismo ontológico. Pluralismo ontológico é um ponto de vista em uma sub-disciplina da filosofia cujo nome soa como gagueira: meta-metafísica, ou, como é chamado às vezes, meta-ontologia. Isto é filosofia em sua forma mais etérea. Ontologia é o estudo do ser ou do que existe, a natureza da realidade. Meta-ontologia é um nível acima: ela pergunta se as disputas ontológicas são significativas e a melhor forma de resolvê-las.

O Pluralismo ontológico sustenta que não há realmente uma resposta certa para muitas perguntas ontológicas (tais como: "Será que existem objetos compostos?"). De acordo com o pluralista ontológico há apenas maneiras diferentes de descrever a realidade, e nenhuma delas é mais correta ou precisa do que a outra. Não há, literalmente, um fato em resposta a estas perguntas. Então, se você perguntar: "Há algo como a lua?," o pluralista ontológico diria que a pergunta não tem uma resposta objetiva. Não é verdade que a lua existe, e não é verdade que a Lua não existe. Simplesmente não há fato sobre se existe tal coisa como a lua. Pluralismo ontológico é, portanto, uma visão radical que é defendida por um punhado de filósofos.

Imagine o meu espanto, portanto, ao encontrar Hawking e Mlodinow defendendo o pluralismo ontológico (sem estar ciente do nome) como a sua filosofia da ciência! Eles chamam sua visão "realismo dependente do modelo." Sua visão é, na verdade ainda mais radical do que o pluralismo ontológico, por Hawking e Mlodinow levá-la em conta não apenas para disputas de alto nível ontológico, mas para toda a nossa apreensão do mundo. Eles explicam,

. . . nossos cérebros interpretam a recepção dos seus órgãos sensoriais fazendo um modelo do mundo. Quando tal modelo é bem sucedido em explicar eventos, tendemos a atribuir-lhe, e aos elementos e conceitos que a constituem, a qualidade de realidade ou verdade absoluta. Mas pode haver diferentes maneiras em que se pode modelar a mesma situação física, cada uma empregando elementos e conceitos fundamentais diferentes. Se duas teorias físicas ou modelos preverem com precisão os mesmos eventos, não pode ser dito que um é mais real do que o outro; em vez disso, somos livres para usar o modelo mais conveniente (p. 7).

Neste ponto de vista (visão) um modelo parece ser uma (pelo menos em parte) forma inconsciente de organizar percepções sensoriais, que podem ser refinadas por teorização científica. Nós nunca chegamos a saber como o mundo é; tudo o que nós alcançamos são maneiras mais ou menos convenientes de organizar nossas percepções. Tal ceticismo seria ruim o suficiente; mas a situação é ainda pior. Pois estes vários modelos não são, mesmo sem o nosso conhecimento, aproximações mais ou menos precisas da realidade. Em vez disso não há nenhuma realidade objetiva para as quais os nossos modelos possam corresponder mais ou menos precisamente. Isto é completamente um pluralismo ontológico.

Mlodinow e Hawking são, portanto, anti-realistas extremistas. Agora, eles tentam distinguir a sua visão da comunidade científica anti-realista definindo esta última como a visão de que "observação e experiência são significativos, mas que teorias não são mais que instrumentos úteis que não incorporam quaisquer verdades mais profundas subjacentes aos fenômenos observados" (p. 44). O que Hawking e Mlodinow estão descrevendo aqui, no entanto, não é anti-realismo científico, mas positivismo, a filosofia da ciência popular na década de 1930 e 40. O positivismo se mostrou insustentável em parte por causa de sua distinção artificial entre as declarações de observação e afirmações teóricas. Mas o anti-realismo não depende do positivismo. Hawking e Mlodinow são mais anti-realistas do que os positivistas, pois eles não só negam que declarações teóricas expressam verdades objetivas sobre o mundo, mas eles negam isso a respeito de relatos de observação também, uma vez que mesmo a observação é dependente do modelo. Mais uma vez, o que eles estão negando não é apenas o conhecimento de como o mundo é, mas mesmo que um mundo objetivo a ser conhecido.

Quão sérios eles são sobre o seu anti-realismo é evidente a partir de seus exemplos. Se um peixinho vendo o mundo através de uma tigela curva poderia formular um modelo que lhe permitisse fazer previsões bem-sucedidas, então "teríamos de admitir a visão do peixe como uma imagem válida da realidade" (p. 39). O modelo geocêntrico de Ptolomeu do mundo era tão adequado quanto o modelo heliocêntrico de Copérnico. "Então o que é real, o sistema ptolomaico ou o de Copérnico? Embora não seja incomum que as pessoas digam que Copérnico mostrou Ptolomeu errado, isso não é verdade" (p. 41). Este ponto não é que a evidência de Copérnico foi insuficiente, mas que nenhuma teoria é objetivamente verdadeira. Contrastando o criacionismo da Terra jovem e a teoria do big bang, Hawking e Mlodinow afirmam que, embora a teoria do big bang seja "mais útil", no entanto, "nenhum modelo pode ser dito como mais real do que o outro" (p. 51)!

Não se pode deixar de perguntar que tipo de argumento justificaria adotar um pluralismo ontológico tão radical. Tudo o que Mlodinow e Hawking têm para oferecer é o fato de que se fôssemos, digamos, habitantes de uma realidade virtual controlado por seres alienígenas, então não haveria nenhuma maneira de dizer que estávamos num mundo simulado, e por isso não teríamos razão para duvidar de sua realidade (p. 42). O problema com esse tipo de argumento é que não exclui a possibilidade de que temos, nesse caso, duas teorias concorrentes do mundo, uma dos alienígenas e uma nossa, e uma das teorias é verdadeira e uma falsa, mesmo que não possamos dizer qual é qual.

Além disso, o fato de que nossas observações são dependentes do modelo ou dependentes da teoria não significa que não podemos ter conhecimento de como o mundo é (muito menos que o mundo não é de nenhuma forma!). Por exemplo, um leigo entrando em um laboratório científico pode ver que há uma peça de uma máquina na mesa de laboratório, mas ele não veria que há um interferômetro na mesa de laboratório já que ele não tem o conhecimento teórico para reconhecê-lo como tal. Um homem das cavernas entrando no laboratório nem sequer veria que há uma peça de uma máquina em cima da mesa, uma vez que ele não tem o conceito de uma máquina. Mas isso não faz nada para minar a verdade objetiva de observação do técnico de laboratório que existe um interferômetro em cima da mesa.

Mlodinow e Hawking, não contentes com o pluralismo ontológico, realmente vão ao fundo do poço quando afirmam: "Não há nenhum teste independente do modelo da realidade. Segue que um modelo bem construído cria uma realidade própria" (p. 172). Esta é uma afirmação da relatividade ontológica, a visão de que a própria realidade é diferente para pessoas com diferentes modelos. Se você é Fred Hoyle, o universo realmente existiu eternamente em um estado de equilíbrio; mas se você é Stephen Hawking o universo realmente começou com um big bang. Se você é o médico antigo Galen, o sangue realmente não circula pelo corpo humano, mas se você é William Harvey, circula! Tal visão parece loucura e é feita mais loucura somente pela alegação de Mlodinow e Hawking de que o modelo em si é responsável por criar a sua respectiva realidade. Não é preciso ser dito que tal conclusão tem prova do teste independente do modelo de como o mundo é.

Seja qual for o veredito que fazemos de seus argumentos, o ponto é que, a despeito de sua pretensão de falar como portadores do conhecimento científico, no que Hawking e Mlodinow estão envolvidos é em filosofia. As conclusões mais importantes tiradas de seu livro são filosóficas, não científicas. Por que, então, eles pronunciam a filosofia como morta e reivindicam como cientistas ter a tocha da descoberta? Simplesmente porque isso lhes permite camuflar sua filosofia amadora com o manto da autoridade científica e assim evitar o trabalho duro de verdade de, de fato, defender ao invés de simplesmente afirmar os seus pontos de vista filosóficos.

A resposta à sua pergunta, Matthew, foi dada há muito tempo por Albert Einstein, quando ele comentou: "O homem de ciência é um filósofo ruim." O livro de Hawking e Mlodinow testemunha a sagacidade de Einstein.

- William Lane Craig