#255 Teísmo Cético e o Problema do Mal

Dr. Craig responde

Blake, eu nunca gostei do termo "teísmo cético" e não acho que eu já o usei para caracterizar a minha resposta para o problema do mal (a não ser, talvez, em resposta a alguém que usou o termo). Eu acho que carrega as conotações erradas. Normalmente, essas pessoas não têm uma teologia natural positiva para servir como um contrapeso para as evidências contra Deus proposta pelo mal aparentemente gratuito. Mas a minha teologia natural robusta torna a minha abordagem a antítese do ceticismo!

No que diz respeito à aparente gratuidade do mal no mundo, eu prefiro simplesmente afirmar o que parece evidente sob a reflexão, ou seja, que dado um Deus dotado de conhecimento médio, nós simplesmente não estamos em posição de afirmar com segurança que provavelmente Deus não tem uma razão moralmente suficiente para permitir algum incidente do sofrimento que experimentamos.

Então, enquanto você está certo que os chamados céticos teístas muitas vezes afirmam TC1 e TC2, estes não têm tido nenhuma parte na minha resposta para o problema do mal. Na verdade, eu nomeei os bens que eu acho que poderiam justificar a permissão de Deus para os males morais e naturais do mundo. Quanto a TC3, não tenho certeza que até mesmo os teístas céticos afirmariam que eu entendo que isso está afirmando; mas eu nunca afirmei tal coisa na minha resposta ao problema do mal. Acho que isso significa que eu não sou um teísta cético!

Em todo caso, eu não acho que suas consequências indesejáveis seguem a partir do que eu disse, ou mesmo do teísmo cético. Pois o que se está falando é do mal ou sofrimento no mundo. A alegação é que não temos base para dizer que qualquer mal que experimentamos não é justamente permitido por Deus. Isso não quer dizer que não temos boas razões não-morais para pensar que certos eventos não ocorrerão. Considere o seu exemplo do lagarto rosa. Se alguém fosse se opor que isso aconteceria por motivos morais, então eu concordo com você. Eu não tenho nenhuma razão para pensar que Deus não podia ser moralmente justificado em permitir tal explosão na minha cabeça. Precisamente por essa razão, quando alguém sofre um ferimento na cabeça traumático, digamos, em um canteiro de obras ou em guerra, não estamos em posição de dizer que Deus não tem uma razão moralmente suficiente para permitir isso. Mas enquanto não podemos excluir tal ferimento na cabeça por razões morais, não poderíamos ter outros motivos para pensar que tal lesão é improvável que terá lugar hoje à noite pela aparência mágica de um lagarto rosa na minha cabeça? Parece-me, por exemplo, que eu poderia ter boas razões para pensar que Deus criou um universo que é dotado de leis naturais e que as intervenções milagrosas de Sua parte são limitadas em natureza e contexto. Então, enquanto eu não iria descartar que eu poderia sofrer uma explosão sobre a minha cabeça, eu tenho uma boa razão para pensar que não será através da materialização aleatória de um lagarto rosa ao deitar na cama hoje à noite.